-Posso pedir uma coisa ?
-O que?
- Voce poderia ir até a esquina e descer a rua de novo ?
- Porque?
- Porque eu quero registrar isso.
-Onde? Como?
- Na minha memória.
Ela sorri. É um festival de sorrisos.
-Ok, vou lá entao.
- Não se esqueça que vc está descendo pela primeira vez a rua -eu quase grito.
- entendi -ela responde de costas.
Gui chega até a esquina. Faz pose e desce a rua como se tivesse atuando. Eu ligo minha camera imaginaria. Registro todos os movimentos. Penso como vou me lembrar disso até o fim do meus dias. Pensando como a lembrança ainda é a melhor das máquinas fotográficas. Agora, cinematograficamente, eu gravo frame por frame na minha memória, expondo a luz e meus sentimentos, e projeto na minha retina as imagens que eu voltarei sempre a enxergar toda vez que sentir um dia nublado entre a ausencia e o encontro da pessoa que, possivelmente, vai me causar mais falra e mais completude, ao mesmo tempo, na minha vida.
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