sexta-feira, 25 de junho de 2010

(L)'

-Posso pedir uma coisa ?
-O que?
- Voce poderia ir até a esquina e descer a rua de novo ?
- Porque?
- Porque eu quero registrar isso.
-Onde? Como?
- Na minha memória.
Ela sorri. É um festival de sorrisos.
-Ok, vou lá entao.
- Não se esqueça que vc está descendo pela primeira vez a rua -eu quase grito.
- entendi -ela responde de costas.
Gui chega até a esquina. Faz pose e desce a rua como se tivesse atuando. Eu ligo minha camera imaginaria. Registro todos os movimentos. Penso como vou me lembrar disso até o fim do meus dias. Pensando como a lembrança ainda é a melhor das máquinas fotográficas. Agora, cinematograficamente, eu gravo frame por frame na minha memória, expondo a luz e meus sentimentos, e projeto na minha retina as imagens que eu voltarei sempre a enxergar toda vez que sentir um dia nublado entre a ausencia e o encontro da pessoa que, possivelmente, vai me causar mais falra e mais completude, ao mesmo tempo, na minha vida.



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Meu maior orgulho dessa vida é ter o amor que tenho. "Existem coisas que a gente ainda não pensou, que a gente talvez nunca pense, eu, por exemplo, nunca pensei que houvesse alguma coisa a dizer além de tudo o que já foi dito, ou melhor pensei sim, não, pensar propriamente dito não, mas eu sabia, é verdade que eu sabia, que havia uma outra coisa atrás e além das nossas mãos dadas, dos nossos corpos nus, eu dentro de você, e mesmo atrás dos silêncios, aqueles silêncios saciados, quando a gente descobria alguma coisa pequena para observar, um fio de luz coado pela janela, um latido de cão no meio da noite, você sabe que eu não falaria dessas coisas se não tivesse a certeza de que você sentia o mesmo que eu a respeito dos fios de luz, dos latidos de cães, é, eu não falaria." Caio F.